O processo judicial na Espanha envolvendo o ex-jogador brasileiro Daniel Alves, acusado de agressão sexual a uma mulher em uma boate em Barcelona, está programado para estender-se por três dias e incluirá o depoimento do próprio Alves. A Audiência de Barcelona, a mais alta instância da Justiça local, confirmou hoje (29) que o julgamento de Daniel Alves está agendado para ocorrer de 5 a 7 de fevereiro em um tribunal da cidade, conforme antecipado pela imprensa espanhola em dezembro.
Durante as sessões, estão previstos os depoimentos tanto do próprio Alves quanto de 28 testemunhas que estavam presentes na boate de Barcelona na noite do suposto estupro, ocorrido em 30 de dezembro de 2022. Essas testemunhas foram indicadas para participar do julgamento tanto pela defesa quanto pela acusação.
O ex-jogador deve prestar seu depoimento já na primeira sessão, agendada para 5 de fevereiro. Nesse mesmo dia, seis testemunhas também serão ouvidas. As demais 22 testemunhas serão chamadas a depor no dia seguinte. A última sessão, em 7 de fevereiro, será dedicada a procedimentos periciais, que incluirão a entrega de relatórios e conclusões.
Posteriormente, a juíza Isabel Delgado Pérez, encarregada do julgamento, assumirá a responsabilidade de formular a sentença. O tribunal informou ao G1 que, atualmente, não há um prazo definido para o anúncio da sentença final em relação ao jogador. Enquanto isso, Daniel Alves permanecerá em prisão preventiva, conforme a decisão atual do sistema judicial.
O Ministério Público espanhol solicita uma pena de nove anos de prisão para o jogador, enquanto a defesa da alegada vítima buscava uma sentença mais longa, de 12 anos de prisão.
A jovem espanhola, considerada a suposta vítima, não deverá comparecer ao julgamento, uma vez que a Justiça determinou a preservação de sua identidade.
Num esforço de última hora, a defesa do brasileiro procura alcançar um acordo com os advogados da alegada vítima antes do início do julgamento, agendado para daqui a uma semana, conforme informações de fontes dos dois lados, reveladas à rede de TV espanhola Telecinco.
Caso um acordo seja alcançado, as acusações serão retiradas, resultando no cancelamento do julgamento. Entretanto, a Telecinco informa, com base em fontes da acusação, que as negociações sobre um acordo foram oficialmente registradas na Justiça, mas a divulgação de imagens da suposta vítima pela mãe de Daniel Alves trouxe um resfriamento às discussões.
No final de dezembro de 2023, Lucia Alves, mãe do jogador, compartilhou em suas redes sociais um vídeo contendo imagens de uma jovem que alegou ser a espanhola afirmando ter sido agredida sexualmente pelo brasileiro. A Justiça de Barcelona havia previamente proibido a divulgação de informações e imagens da suposta vítima durante a tramitação do processo.
Conforme relato do jornal espanhol “El Periódico”, a jovem manifestou sua intenção de processar a mãe do jogador em resposta à divulgação das imagens.
O ex-jogador da seleção brasileira, Alves, enfrenta acusações de agressão sexual a uma mulher dentro de uma boate em Barcelona, em dezembro de 2022, alegações que ele nega veementemente.
Na Espanha, as denúncias de estupro são investigadas sob a acusação geral de agressão sexual, com condenações acarretando penas de prisão que variam de 4 a 15 anos. Desde janeiro, após ser interrogado pela polícia pela segunda vez e apresentar contradições, Daniel Alves está em prisão preventiva, sob a justificativa de risco de fuga. Sem direito a fiança, ele permanecerá no mesmo presídio nos arredores de Barcelona durante o aguardo do julgamento.
O brasileiro alterou sua versão do ocorrido pelo menos em três ocasiões desde então.
Na primeira vez que abordou o caso em um programa de TV espanhol, ele alegou não conhecer a denunciante. Em abril, já detido, Alves afirmou à juíza que teve relações sexuais consensuais com a jovem, inicialmente sem penetração, justificando ter mentido para proteger seu casamento. Posteriormente, admitiu a penetração, mantendo a versão de consensualidade, enquanto a suposta vítima contesta. A juíza determinou que Alves deve pagar 150 mil euros à suposta vítima por danos e prejuízos.