A defesa do treinador solicitou um novo julgamento após a condenação por abuso sexual, mas o caso foi encerrado devido à prescrição. O Tribunal Regional de Berna-Mittelland, na Suíça, decidiu anular a sentença que condenava Cuca por estupro de uma menor de idade, incidente ocorrido durante a excursão do Grêmio à Europa em 1987.
A juíza Bettina Bochsler concordou com a argumentação da defesa do treinador, alegando que Cuca foi condenado na época sem assistência legal. Portanto, de acordo com seus advogados, ele teria o direito a um novo julgamento.
De acordo com as autoridades suíças, contudo, essa possibilidade não seria viável, pois o crime já estava prescrito. O Ministério Público, em seguida, propôs a anulação da pena e o encerramento do processo. O desfecho do caso foi divulgado pela Folha de S. Paulo e confirmado pela CNN Brasil.
Indenização de R$ 55 mil
O término do processo não implica na inocência de Cuca, mas sim na conclusão do caso devido à falta de representação legal. Por falhas no julgamento, a juíza Bettina Boschler ordenou que o Estado suíço indenizasse Cuca com 9.500 francos, equivalente a R$ 55 mil.
O incidente ganhou ampla cobertura midiática no ano passado, especialmente quando o técnico foi contratado pelo Corinthians. Logo após o anúncio em abril, ocorreu uma significativa manifestação de repúdio à contratação do treinador por parte dos torcedores corintianos.
Retaliação da Torcida:
Durante sua primeira entrevista coletiva como treinador do Timão, Cuca afirmou sua inocência. Enquanto isso, cerca de 200 torcedores realizaram uma manifestação contrária à chegada do profissional ao clube do lado de fora do CT alvinegro.
Cuca permaneceu no Corinthians por apenas seis dias, participando de duas partidas (uma derrota para o Goiás no Brasileirão e uma vitória sobre o Remo na Copa do Brasil). Em comum acordo com a diretoria corintiana, encerrou seu contrato de um ano. Desde então, não retomou atividades no futebol.
O Ocorrido:
Enquanto ainda era jogador do Grêmio, Cuca integrou uma excursão à Europa em 1987. Durante a passagem pela Suíça, ele e outros três jogadores, Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi, foram detidos sob a acusação de praticar sexo não consensual com Sandra Pfäffli, que na época tinha 13 anos. Embora tenham sido detidos, foram liberados um mês depois.
O Grêmio nomeou um advogado para representar Cuca e outros dois envolvidos, mas esse advogado abandonou a defesa dos atletas um ano antes do julgamento. Fernando Castoldi recebeu assistência jurídica de outro advogado.
Em 1989, dois anos após o incidente, Cuca, Eduardo e Henrique foram sentenciados a 15 meses de prisão e multa, contudo, não contaram com representação legal no julgamento, que foi conduzido por um promotor de acusação. Fernando foi absolvido da acusação, sendo considerado apenas cúmplice.
Assessoria Jurídica após Saída do Corinthians
Posteriormente à sua saída do Corinthians no ano passado, Cuca contratou uma advogada. Ela solicitou a íntegra do processo para elaborar a defesa e pedir a reabertura do caso, argumentando que a ausência de representação legal poderia absolvê-lo.
Revogação da Sentença de 1989
A solicitação foi aceita pelo Tribunal Regional de Berna-Mittelland no final de novembro, resultando na anulação do julgamento de 1989. Essa decisão beneficia exclusivamente Cuca, não se estendendo aos outros ex-jogadores do Grêmio envolvidos.
Com o processo anulado e o caso prescrito, não é possível realizar um novo julgamento.
Comunicado da Filha de Cuca
Além da declaração oficial de Cuca por meio de sua assessoria, Maiara Stival, uma das filhas do treinador, recorreu às redes sociais para se manifestar sobre a revogação da condenação por estupro:
“Desde o dia 20/4/2023 nossas vidas se transformaram em tormento, naquele dia da coletiva de apresentação do Cuca no Corinthians, mulheres fazendo manifestação contra ele e o acusando de uma coisa horrível, estupro. Os jornalistas o encurralaram, falando inverdades a seu respeito!
Ele falou neste dia que não fez nada, que é inocente e o que os lacradores da internet fizeram? Tentaram destruir ele, tentaram acabar com a imagem do treinador campeão, o cara mais família que tem, honesto, verdadeiro e acima de tudo devoto de Maria!
Foram 284 dias de sofrimento e solidão, porque poucos foram os amigos que ligaram, apoiaram e acreditaram no Cuca, nossa estrutura foi abalada e impactada com as maldades a respeito dele, com notícias avassaladoras. A internet que adora julgar e lacrar, os juízes das redes sociais atacaram ele e a nossa família, mas graças a Deus nós sempre fomos fortalecidos da nossa fé! Em Deus e Maria! Depois de muita determinação e dedicação para provar sua inocência, hoje com imensa alegria viemos aqui anunciar que o CUCA NÃO MENTIU!
Hoje saiu a anulação do processo de Berna na Suíça, junto com uma indenização!
ELE É INOCENTE e foi atacado injustamente!
Nós muleres da família do Cuca temos orgulho este grande profissional e homem de caráter inquestionável e íntegro, de vida limpa e transparente. Os homens da família e os amigos sentem orgulho deste exemplo de ser humano! E hoje nosso sentimento é de alívio, a justiça foi feita e a maldade foi combatida! Ele é inocente e provou isso, sinto muito por aqueles que desejavam a sua ruína, que tentaram te destruir!
Mas Cuca é mais forte que tudo isso, passou pelo pior momento da sua vida e hoje deu a volta por cima! Dia de vitória, a melhor vitória da carreira dele, uma vitóroa pessoal, hoje ele pode voltar a ser aquele homem, pai de família, treinador cheio de luz e bondade, crente em Deus, e assim levar onde há escuridão um pouco de luz, porque ele nasceu pra brilhar e ninguém vai apagar isso campeão! Vai que é tua, Deus é justo!”