Na quarta-feira à noite, conselheiros do Flamengo pediram a suspensão de Marcos Braz no Conselho de Administração do clube, alegando infrações disciplinares relacionadas à briga com o entregador Leandro Campos no ano passado. O incidente ocorreu em um shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, e as imagens foram divulgadas pela Globo News na última terça-feira.
“Desde o início do episódio, Marcos Braz fez absoluta questão de envolver o clube em sua defesa, o que trouxe inequívocos abalos à imagem pública da instituição, que não apenas foi indevidamente enredada com um episódio de agressão covarde a um torcedor e trabalhador humilde, como também acabou afiançando a versão que se provou inverídica – cuja existência encerra um imenso desrespeito à sociedade em geral e à Nação Rubro-Negra em particular, dado que há amplo repúdio a esse comportamento matreiro” – relatado trecho do documento.
Cinco sócios proprietários, Walter de Oliveira Monteiro, Júlio Hofacker James, Rodrigo Gustavo Rötzsch, Rubem Ricardo de Azevedo e Thiago Graça Ramos, assinaram a representação alegando que Marcos Braz infringiu três artigos do Estatuto do clube: praticar vias de fato (artigo 39), praticar ato de grave indisciplina social (artigo 50) e praticar ato delituoso (artigo 51).
Após a submissão do pedido pelo grupo, caberá ao presidente do Conselho de Administração, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, nomear uma comissão de inquérito para investigar os eventos em até 60 dias. Os conselheiros solicitam que Marcos Braz seja julgado, com a aplicação da penalidade de suspensão do quadro social. Caso seja suspenso, o dirigente ficará impedido de ocupar o cargo durante o período da suspensão.
O Flamengo mantém a postura de não se manifestar oficialmente, mas durante um almoço, o presidente Landim expressou seu apoio a Braz. Ambos receberam o título de cidadão honorífico de Belém do presidente da Câmara Municipal da cidade, em uma cerimônia antes do almoço. Além de Braz e Landim, estiveram presentes outros vice-presidentes, Rodrigo Dunshee de Abranches (geral e jurídico) e Gustavo Oliveira (comunicação e marketing), juntamente com o CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, e Diogo Lemos, membro do Conselho de Futebol.
Apesar de o Ministério Público considerar que as imagens contradizem o depoimento de Marcos Braz, o dirigente teve uma tarde tranquila, continuando as negociações do Flamengo na atual janela de transferências. No Rio de Janeiro, o advogado de Braz, Rafael Mattos, solicitou judicialmente a divulgação dos áudios relacionados à briga. Essa requisição visa obter a totalidade dos fatos e evitar fragmentação nas informações.